domingo, 4 de março de 2012

A noite.

O olhar contornado pelo dia e, o recorte dele, desperto à noite - noite que sussurra o sono que sonha rasteiro e que resiste a você.
O relógio apita de hora em hora o tempo que vai; o tempo que se esvai fora destas linhas.
A madrugada toda e eu fumando o café, tomando o garoto em palavras de gole em gole.
Pasma, porque não traduzo o meu silêncio para além de três frases e uma oração, o mesmo silêncio parece ensaiar o paladar, para a chegada de algum outro significado emudecido, vindo da garganta.
Toda a abstração do mundo real incidida entre os olhos recompostos, os olhos desprovidos e os olhares avulsos. Trêmula, a janela responde a força que o vento faz. E a luminária me esquenta um lado do corpo, em especial. A garoa que cai, gradativamente, dá som ao silêncio implícito no quarto, mas enegrece mais a noite.
O ranger e o chorar de coisas, o passar da hora... Agora cantam sob outro volume anunciando a existência do silêncio sóbrio e comovido consigo.
São três e vinte e duas da manhã.

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