domingo, 23 de setembro de 2012

Olhos dos meus olhos.

Os seus olhos têm ondas
Ondas que puxam e afogam, respectivamente, os meus.
Ondas que parecem, de tão ligeiras, não quererem regressar à praia por onde passo.
Quando essas ondas vêm, no entanto, vêm traiçoeiras me arrastar para o fundo deles
E o fundo deles é um azul meio amarelo, mas bem azul- um mar que é tocado pela luz do sol entre nuvens.
Mergulho e boio, nessas águas, com a imaginação.

Os seus olhos dizem o que as palavras não são capazes.
(As palavras são a areia molhada que enterram meus pés, na beira do mar).
Quantas coisas atravessam esse mar? Quais pessoas atravessam-no?
Caravelas e miragens?Barcos e beijos?...Eu?
Queria morar de frente pro mar dos seus olhos.
Queria que só fossem meus.