sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Liberdade, liberalismo,
De automatismo, de automatismo.
Se o poeta te conhece,
Não merece, que em sua mente,
Viva tempos sem guerra.
Nem tempos de sonho,
De tempos atrás.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O amor platônico, e o amor recíproco.

O amor platônico é o amor na sua forma mais pura e menos interdependente; é o amor em sua essência, desprendido de defeitos, de convivência e, em virtude disso, é atribuído de idealização e inegavelmente mais duradouro.Este pode, simplesmente, ser substituído por outro, ou, evidentemente, dissolver-se com a concretização própria do amor mútuo.
Já o amor recíproco, normalmente, é fruto do desenvolvimento de uma relação (de controvérsias, coincidências, conhecimento do outro) fundamentada pelo cotidiano.
O amor recíproco é mais do que o instrumento solo do amor; é uma orquestra de muitas outras relações conectadas num ritmo, para estruturarem a música.
O amor, no primeiro caso, transfigura-se em forma de contemplação. No segundo, de admiração.
Ainda que, no segundo, o amor acabe, os outros sentimentos das outras relações que lhe compõe, podem tornar sua ausência imperceptível, pois alguns desses movem a relação em grau equivalente de importância.E, por mais que alguma coisa pareça ter mudado, a cumplicidade (ou até o conforto) não deixa que a dúvida de que o amor não o é mais, seja eminentemente cessada num “é, verdade”.
O amor recíproco é efêmero, e inconsistente tanto quanto o platônico, quando não há tolerância. E, completo, é permanente,porque a racionalidade e o amadurecimento reduzem o sentimentalismo a torna-lo  coerente com a felicidade de cada um.
O platônico arranja permanência, exclusivamente, quando não é ilusório de maneira integral; quando é visto como modelo imaginário de um amor desejado, não o próprio; quando abdica das esperanças, e detém o conformismo.
Aquele que ama alguém fora de seu alcance tem, no entanto, o amor incondicionalmente e sabe descreve-lo nos mais pequenos detalhes, porém não há uma relação consistente que seja pilar para este amor, não há uma sustentação instituída na forma de um relacionamento. O que sustenta o amor platônico só pode ser o "o sonho de amar" este amor. Enquanto, como já dito, o amor recíproco é assegurado por uma série de elementos que o relacionamento (antes do sentimento "amor"), concretamente, sustenta.
Se quem ama o inalcançável,sonha, idealiza e fantasia o amor: esse não ama. Por isso é que o amor, puramente dito (leia-se: basilar a ele próprio) e em suas mais diversas circunstâncias dele por ele mesmo, não existe.