domingo, 14 de dezembro de 2014



Só queria me deitar, mas aceitei o café
- E o seu dia? – ele perguntou
Olhei para a xícara que encostara nas coxas esticadas no chão
Dali a dois segundos, o seu dorso fazia par com o meu apoiado na cama.
Seus pés alcançaram a parede e ficaram de pé, nos assistindo - de pé e de plantão
Como também ficavam em nós, as palavras e as horas noturnas da realidade.

Neste pensar entre nuvens é que meus cabelos se deitaram em seu peito quase nu
Onde a clara cor dos seus fios desarrumados
Mal transpareciam entre o liso negro ininterrupto.

A luz apagou no interior da casa.
Com ela, a linha que conduzia os nossos pensamentos ao nosso desejo e mistério.
Ainda bem: A luz se apagou.

Neste momento,  tudo estava desafinado e destoava
Toda a imaginação, os olhos e objetos
Jogaram-se pelos quatro cantos do quarto.
O pires no criado-mudo, os sapatos sem caminho, 
As braçadas de um nadar ofegante 
Rodopeios e rodeios sem mão e com.

A intensidade sobre a imensidão abrigadas entre nós.
A ação há tempos abstida, e a espera que dosa o coração... desespera!
Enquanto nossas costas deslizam quentes e, rapidamente, para o piso.

... Era a sua batida intensa e silenciosa pelo meu corpo
Ternurando o suspense com ritmo eletrizante de autenticação.



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